quinta-feira, 16 de maio de 2013


ISCA DE POLÍCIA

Engolir caco de vidro até o câncer do estômago perguntar o que é isso. O caco da fala teatral do ator sociável diz alguma coisa anda mal por aqui e ali. Nego pobre fodido vulgo dito cascavel. Do intelectualismo sem saber como dizer e diz aos que ouvem com uma indulgência opaca, à negação da democracia liberal ainda falida, à família que anda a míngua por querer consumir e consome-se. E ao fim dos relatos malfadados.
O que incomoda em um deve incomodar a geral. Um caco que pise cada pé e o que não dá mais. O restolho da hipocrisia cortante.  Nada então, nada antes com uma caneta e um baixo na mão. E meu irmão sem poder escrever. O tipo de tratamento que dão aos negros, aos loucos e aos rebentos da fome e a criação deslavada.
A unha que consome o fim da história que não chega jamais.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011



santa pedagógica tecnologia nossa do dia-a-dia, logai por nós...


sábado, 23 de abril de 2011

Esquema Dois Dois

Eu farmacinha animada,
Ela dorme, na tv não tem mais nada.
Eu fritura tossindo na cama,
Ela sonha profundo e descama.
Eu planejo nada dia seguinte,
Ela me programa contribuinte.
Eu temo imposto de renda,
Ela se imaginando prenha.
Nós 2 inventamos a vida,
Enquanto está sendo parida.
Em casa nada de novo,
Somos apenas um novo povo.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Transoceânicos

Eu pobre anão monstrengo
Ela linda no Baixo Mondego
Ela aprende em berço de reis
Eu ignoro o fuso e a vez
Ela passeia abaixo do Douro
Eu desconheço o Vieira parco e morto
Ela ouve o Orfeon Acadêmico
Eu mouco órfão endêmico
Eu engasgo com o fato
Ela gosta e dança o fado
Ela celebra a Rainha Santa Isabel
Eu vago tolo de déu em déu
Ela escala serenata na Sé Velha
Eu desafino sem ter quem me valha
Ela baila na Queima de Fitas
Eu com mãos caladas e aflitas
Ela brilha na bela Coimbra
Eu bobo na maior pindaíba

3ª lei de Newton

quem fica
ficou
quem vai
variou
antes de partir
meu amor me disse:
voo antes do fim.
partido em cacos respondi:
tarde é cedo ainda .

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Moto

nada
para sempre pode ser nunca mais
nunca mais pode ser outra vez
outra vez vez pode ser infinito
finito pode ser sempre novamente
nada

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

2229


cobrador sem troco
morrerei 10 cents mais pobre

terça-feira, 2 de novembro de 2010


broken flowers


ao meu avô,
ao amigo ivan,
aos que vêm
e aos que vão,
evoé...

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

no extremo oposto do
agora talvez
eu seja feliz por enquanto

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

o
ab(surdo)
não h(ouve)






Walter Franco

sábado, 17 de julho de 2010

quem não tem colírio
usa paulo
moura brasil
no ouvido

sexta-feira, 2 de julho de 2010

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Anestesia de Neves

dúvida essencial do Governador do Estrago de Mim na Geral:

piso salarial do Professor
ou
piso o Professor dessalariado?

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Estigmático
do mundo
afasto
todos e tudo

enigmático
sou ponto
tardo
nefasto e mudo



Miopático
do mundo
aproximo
letras e signos

torpe
sou ponto
disforme
mal e benigno

terça-feira, 4 de maio de 2010

pharmacya

no reino de

máscaras
mastigadas
bobo-rei
que estou
ando a
procura de
placebos

domingo, 25 de abril de 2010

tinha uma placa
no meio do caminho
lembrando a retina:
belo poema da vida é pedra escorregadia






imóvel instante diário
bebeu
o móvel a estante o armário
e caído meio de lado
viu mudo e sem prumo
o eco do brilho agudo
dos livros que flutuavam
escritório varanda e quarto
seus silentes dizeres deslidos





revoltos olhos
ele ensina a freira:
todo dia é dia
de fruto e molho
delírio e tema
banca e feira
assim sussurrado o poema
gritam palavras
e a poesia se grafa

o resto é ladeira

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Aldonza

se silente fosse a noite
morenada pelo açoite
a donzela e seu dote

se sentida fosse a história
afinada qual viola
a donzela ela toda

se lasciva fosse a vida
adornada e querida
a donzela pequenina

se preciso fosse o laço
desejada passo a passo
a donzela ponto e traço

se silente fosse a noite
a donzela que é minha

quinta-feira, 8 de abril de 2010

do bruto barro barroco filho
não caibo nem me inclino
longas preces teço
poder de síntese
desconheço

terça-feira, 6 de abril de 2010

"Sinto muito
mas não consigo sentir muito"

me desculpe
mas não me justifico

me entenda
não espero compreensão

saiba
não quero por alguém a par de nada

confesso
não creio em perdão

juro
jamais assumo verdades

domingo, 4 de abril de 2010

quinta-feira, 1 de abril de 2010

é apenas o fim da lista
o derradeiro trago de whisky
a guimba atirada pela janela
o verso que encerra o soneto
a página final do livro
o ocaso do dia frio
o grão de arroz no prato lambido
a dose de café que falta pra esvaziar a térmica
o centavo na conta antes da tragédia
a peça de roupa limpa que sobrou da semana de chuva
a frase de efeito que encerra o discurso
o último da fila do seguro desemprego
o filho distante que esqueceu o apego
o convidado especial que na festa fica um segundo

é só isso
não é o fim do mundo

domingo, 28 de março de 2010

Moreninha da Silva
me entenda uma vez

se te digo
I miss you
sou pouco cortês

se falo em
nostalgie
a voz me sabe
a pouco saber

ainda falta senso
em língua tão fremosa
dizer-te
te echo de menos

por isso
enquanto tudo me arde
mais preciso eu digo

de ti
quanta sardade!

domingo, 14 de março de 2010

tá relampiano

"ô seu arruda mi ajuda
qui eu vigio
seu cargo i o sinhô mi
dá um panetôni?"

sexta-feira, 12 de março de 2010

vazio como um prato

cheio de possibilidades

eu como o mundo

terça-feira, 9 de março de 2010

Mini-causo do Canna Bis Ta Invisível

2 vezes por confusão de cachaceiro foi preso e nem notaram que forte de fato pelo baseado no bolso levado ele era feito.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Marchinha de Dueña Cuaresma

rezar
pelo imbróglio do bloco
e inglórios
pecadinhos históricos

louvar
frente e verso
da mulata

curtir o êxtase místico
na alegoria do leite em nata

ínfimo show maior
por finisterra

comédia dos erros
drama das castas
berro primevo da raça
Nada mais a fazer
a não ser
olhar os pássaros
que voam calmos e solitários
por uma rota que eles traçam
assim como quem sabe
a liberdade de cor

Nada mais a fazer
a não ser
voar
como os pássaros

(Gildes Bezerra)

terça-feira, 2 de março de 2010

Culpa de estimaçã

o ponto
a linha
o traço
a festa
a coragem
o cagaço

domingo, 28 de fevereiro de 2010

na grande dúvida entre
o q é isso,
ou o q será,
entre o medico,
e o monstro,
me pergunto,
tipo assim...
q substância era,
é,
está sendo,
ou será,
e termino,
continuo
na
virgula,
,

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Sopa de iletrinhas



se uma palavra errante
diz mais que mil imagens presentes
qual traduziria a asquerosa guerra
entre o vôo da mosca alucinada
e o ver do homem pensante?

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

na dúvida entre
grilos e esperanças
destaca-se
o inseto homem
na mosca
da sopa

Fresta

mesmo sério:
se vier sem culpa
não haverá mistério
se vier sem segredo
prescindirá do medo
como se nunca houvera sido